Onde estamos!

RUA 16, lote 39, quadra 24 – Jardim Aliança 2 – Resende RJ

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O CORPO DE CRISTO (3): As esferas de uma espiritualidade coletiva (PARTE 2)


Refletimos na semana passada sobre uma esfera da espiritualidade coletiva, ou seja, a espiritualidade da igreja, e vimos que ela deve ser construída, edificada no tempo que se chama hoje.
Voltando ao texto de Ageu 1, encontramos outros ensinamentos a respeito de nossa vida espiritual.
Podemos então, a partir do texto, entender que:

2º UMA ESPIRITUALIDADE COLETIVA...
II – NOS RESPONSABILISA COM O PRÓXIMO:
“Acaso é tempo de habitardes nas vossas casas forradas, enquanto esta casa fica desolada?”
Ageu 1.4

Não dá para pensar só no material e esquecer o espiritual. Os judeus estavam cuidando casas individualmente, mas estavam deixando o templo destruído. A espiritualidade nos uni. Somos todos responsáveis pela reconstrução do templo. Somos todos responsáveis pelos outros. A prática da admoestação.
a.       Geralmente negligenciamos a nossa espiritualidade - É possível estarmos tão comprometidos com os nossos afazeres que nos esquecemos do templo do Senhor. Facilmente nos esquecemos de nossa vida espiritual. Achamos que o mais importante é conservarmos nossas casas, nosso trabalho - isto não deve ser desprezado -, contudo a vida material não está separada da vida espiritual. O ser humano é matéria, mas também é espírito.
Segundo o verso 06 (seis) de Ageu capítulo 01 (um), vemos que os judeus estavam com seu foco de vida apenas nas coisas materiais. O profeta transmite “Tendes semeado muito, e recolhido pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para o meter num saco furado”.
Os judeus semeavam muito, mas isto não era suficiente. Comiam, mas não era suficiente. Bebiam, mais não era suficiente. O salário não era suficiente. O esforço deles não era suficiente, pois a vida espiritual deles não estava saída.
Segundo o e verso 09 (nove) vemos que parece que as expectativas dos judeus também estavam equivocadas. O profeta diz “Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu o dissipei com um assopro. Por que causa? diz o Senhor dos exércitos. Por causa da minha casa, que está em ruínas, enquanto correis, cada um de vós, à sua própria casa”. A expectativa estava equivocada por que a espiritualidade deles não estava sadia. Mas há o contraponto. Há aqueles que querem viver uma religiosidade mascarada de espiritualidade e deixam de vivenciar as questões práticas da vida. Deixam de cuidar do material. Jesus advertiu os fariseus que viviam uma religiosidade longe da realidade humana Portanto, tudo o que vos disserem, isso fazei e observai; mas não façais conforme as suas obras; porque dizem e não praticam.Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; mas eles mesmos nem com o dedo querem movê-los. (Mateus 23.3-4). Por isso podemos dizer que a espiritualidade deve ser vista em suas diversas esferas, pois está conectada com as esferas da vida humana.
b.      É preciso vivenciar a prática da admoestação – Uma das esferas da espiritualidade que é desprezada nos dias de hoje é a admoestação. Admoestar é aconselhar, advertir, censurar, repreender com brandura. Características importantes desta prática:
a.       Não se encaixa na mente do ser humano de hoje, pois o que se prega é “cada um no seu quadrado”.
b.      É um ensinamento bíblico.A palavra de Cristo habite em vós ricamente, em toda a sabedoria; ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão em vossos corações”.  Colossenses 3.16.
c.       É responsabilidade de todos. Mateus 7:1-5.
1        Não julgueis, para que não sejais julgados.
2        Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós.
3        E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho?
4        Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?
5        Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão.
d.      É fruto do discipulado. Mateus 18:15-18
15  Ora, se teu irmão pecar, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, terás ganho teu irmão;
16  mas se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda palavra seja confirmada.
17  Se recusar ouvi-los, dize-o à igreja; e, se também recusar ouvir a igreja, considera-o como gentio e publicano.
18  Em verdade vos digo: Tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu; e tudo quanto desligardes na terra será desligado no céu.

3º UMA ESPIRITUALIDADE COLETIVA...
III – EXIGE UMA ATITUDE COLETIVA.
“Subi ao monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me deleitarei, e serei glorificado, diz o Senhor”.
Ageu 1.8
Toma a atitude de reconstruir sua vida espiritual. A vida espiritual da igreja. Cada um fazendo a sua parte. Cada um colocando um bloco na parede. Cada um desenvolvendo a edificação da igreja.
a.       A espiritualidade requer atitude do indivíduo – “Sobe e pega a madeira”, ou seja, faz a tua parte. Muitas vezes ficamos na igreja cantando: “Leva-me além, leva-me além, a um nível mais profundo de intimidade contigo oh Senhor!”, mas não fazemos nada.

                                                 i.            É preciso armar a tenda. Moisés foi um homem que teve um relacionamento face a face com Deus (Ex 33.11), mas ele teve que aprender a se dirigir à tenda para se encontrar com Deus. Moisés ia para a tenda constantemente se encontrar com Deus. A tenda é nosso momento de comunhão com Deus. Todos os pequenos homens e mulheres que foram grandemente usados por Deus mantinham um momento regular com Deus. Teodoro Roosevelt disse que “nós podemos adorar a Deus em qualquer tempo e lugar, mas nunca conseguiremos isto sem antes aprendermos a adorá-Lo num lugar reservado e num tempo específico”. É um desafio para as igrejas de hoje a motivação para a prática de uma espiritualidade coerente. O mundo que vivemos leva-nos a uma vida onde a eficácia é a necessidade primária. Temos dificuldades em buscar a rotina de orações, uma vez que o mundo cada vez mais nos torna imediatistas. Sempre que vamos fazer alguma coisa logo perguntamos o que vamos fazer com isto. Frei Betto afirma que a institucionalização da igreja privou-nos do princípio da contemplação, uma vez que quando pensamos em Deus nossa cabeça já se enche dos inúmeros conceitos e discursos doutrinários que nos são apresentados. A busca por uma espiritualidade se torna um desafio uma vez que, como Betto alerta, “sabemos falar de Deus, sobre Deus e até falar com Deus. Mas somos analfabetos quando se trata de deixar Deus falar em nós[1].

                                               ii.            É preciso praticar nossa espiritualidade: Com assim praticar a espiritualidade? Sim! Praticar aquilo que cremos. Praticar aquilo que pregamos. Quando Jesus advertiu o povo a não seguir as atitudes dos fariseus, mas sim seus ensinos em Mateus 23.3Portanto, tudo o que vos disserem, isso fazei e observai; mas não façais conforme as suas obras; porque dizem e não praticam, Ele não estava dando desculpa para a hipocrisia, pelo contrário Ele estava chamando o povo para a prática. Jesus não estava legitimando a atitude dos fariseus, Ele estava dizendo que a hipocrisia deles não justificava a nossa. Isso é maturidade.
b.      A espiritualidade é uma convocação para todos – O trabalha da reconstrução do templo não era um trabalho para ser feito sozinho.
                                                 i.            O convite foi anunciado para o governador, para o sacerdote e para todo o povo: Diz Ageu Então Zorobabel, filho de Sealtiel, e o sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, juntamente com todo o resto do povo, obedeceram a voz do Senhor seu Deus, e as palavras do profeta Ageu, como o Senhor seu Deus o tinha enviado; e temeu o povo diante do Senhor”.  Ageu 1.12. Há uma convocação: Vai e pega a madeira. Vai e faz a tua parte. Hoje precisamos levar a sério nossa responsabilidade de seguir Jesus, de ter intimidade com Deus, de ser orientado pelo Espírito Santo e de peregrinar com os salvos. Mas isso não dá para ser feito sozinho. Quem acha que a liderança da igreja é a responsável pela edificação da igreja está equivocado. Todos somos responsáveis. Todos temos a responsabilidade de edificar o templo do Senhor que é a igreja.
                                               ii.            Nossa obediência como ato de fé demonstra nosso temor a Deus:  O temor é demonstrado como conseqüência da obediência do povo. Dietrich Bonhoeffer, em seu livro “Discipulado”, vai afirma que “só o crente é obediente, e só o obediente é que crê”[2]. Para Dietrich só obedece aquele que crê. Desta forma o ato de reconstruir o templo foi um ato de obediência que foi conseqüência da fé, da crença, do temor que eles tiveram de Deus. Bonhoeffer ainda afirma que “é preciso dar um primeiro passo de obediência, para que a fé não se transforme numa auto-ilusão piedosa”[3]. Em nossa vida cristã somos convocados à obediência com ato de fé. Siga Jesus. Tenha íntima comunhão com Deus Pai. Ouça a voz do Espírito e caminhe com a igreja. Isto tudo se faz como ato de obediência em fé.

4º UMA ESPIRITUALIDADE COLETIVA...
IV – NOS POSSIBILITA DEPENDERMOS DO SENHOR.
“Então Ageu, o mensageiro do Senhor, falou ao povo, conforme a mensagem do Senhor, dizendo: Eu sou convosco, e diz o Senhor.”
Ageu 1.13

Quer reconstruir? O Senhor é convosco!
O Senhor Deus pergunta ao povo:
2.3 Quem há entre vós, dos sobreviventes, que viu esta casa na sua primeira glória? Em que estado a vedes agora? Não é como nada em vossos olhos?
2.4 Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o Senhor, e esforça-te, sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e esforçai-vos, todo o povo da terra, diz o Senhor, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz o Senhor dos exércitos,
2.5 segundo o pacto que fiz convosco, quando saístes do Egito, e o meu Espírito habita no meio de vós; não temais.
a.       É preciso se esforçar porque o Senhor é conosco – O Senhor promete ao povo que o novo templo teria uma glória maior do que a primeira. Podemos entender isto não que a presença de Deus agora seria maior por que o templo foi melhor construído. Podemos aludir a Duas coisas.
                                                                   i.            A vida Cristã é um processo: Os judeus passaram por experiências e os fizeram crescer. A cada invasão, a cada exílio os judeus tiveram oportunidades de descobrir novas faces de Deus. Assim não é diferente conosco. Posso dizer que “Em um momento de minha vida me deparei com Jesus Cristo, me converti. Pensei que isto era um fato pontual, me enganei. Graças a Deus! Hoje percebo que ando diariamente com a possibilidade de encontrá-lo novamente, tenho buscado. E cada vez que o encontro vejo que tenho que me converter mais uma vez, é um processo. Ainda bem! O ato salvífico é pontual, é fruto do encontro de Jesus conosco e nós com Ele. A Salvação é um processo onde me converto a cada encontro que tenho com Ele. Se quero ter uma vida de constante transformação, devo então criar o máximo de encontros com Jesus Cristo. E por isso digo: quero Senhor me encontrar o tempo todo contigo, sabendo que independente de mim, Tu está sempre comigo.
                                                                 ii.            O Segundo templo é a habitação de Jesus Cristo: Em Ezequiel o templo se torna um tema messiânico. O templo passou a apontar para Jesus. Por isso que o texto afirma que neste lugar seria dado a paz. A plenitude da glória de Deus se encontra na pessoa de Seu filho Jesus Cristo.
b.      Não precisamos temer às adversidades - “O meu Espírito habita no meio de vós”. A presença do Senhor deve ser nossa garantia para todos os momentos de adversidade. Quando trabalhamos para a edificação da espiritualidade da igreja temos o privilégio de vivenciar os livramentos do Senhor. A minha expiriência serve como referência de fé para o meu irmão. A experiência do meu irmão ajuda-me a superar aquilo que estou enfrentando.


CONCLUSÃO
           
            Percebemos hoje que nosso desafio é vivenciar a igreja. A comunidades dos seguidores de Jesus Cristo. Esta é uma atitude que temos que tomar hoje. Precisamos mais do que nunca seguir os passos e os mandamentos de Jesus, buscar uma íntima comunhão com Deus Pai, está atento às orientações do Espírito Santo e caminhar o povo regenerado.
Uma vez que assumimos esta responsabilidade precisamos cuidar de onde está concentrados nossos esforços, nossas expectativas. Cada esfera de nossa vida deve ser cuidada de forma que mantenhamos um equilíbrio. Somos responsáveis pela manutenção da igreja, e por isso além de cuidar de nós mesmos temos que cuidar do nosso próximo. Inclusive admoestando sempre que necessário. Para se buscar uma espiritualidade sadia.
A espiritualidade sadia é fruto de nossa atitude. Atitude que deve nos levar ao coletivo. Não dá para construir a espiritualidade da igreja sozinhos. Precisamos uns dos outros. Assim poderemos desfrutar das manifestações de cuidado do Senhor com cada um de seus filhos.
O Senhor está conosco, é uma promessa feita logo após o povo ter iniciado a obra. Então, como ato de fé, comecemos a reconstruir, construir nossa espiritualidade coletiva.


[1] BETTO, Frei; BOFF, Leonardo. Mística e espiritualidade. 6. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2005. p. 63.
[2] BONHOEFFER. Dietrich. Discipulado. São Leopoldo, Sinodal: 2004. p. 25.
[3] ibid. p. 26.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O CORPO DE CRISTO (3): As esferas de uma espiritualidade coletiva (Parte 1) - Ageu 1


Um jovem em um ônibus escuta um música que dizia mais ou menos as seguintes palavras: "Mãe me perdoe, pois realmente estou no crime. Mas fique tranquila, sou um homem de fé e Deus vai me proteger". 
Fico pensando o que se passa na mente de muitos brasileiros, e como é entendida a espiritualidade nos dias de hoje. A letra da música cantada admite a consciência de um jovem que está praticando o mal e coloca nas mãos de Deus a responsabilidade de se proteger.
Como está a espiritualidade dos brasileiros? Como está a nossa espiritualidade? O que é espiritualidade?
Encontramos no livro do profeta Ageu uma Palavra de alerta do Senhor dos Exércitos para o seu povo. Os habitantes de Israel estavam com suas casas bem arrumadas, suas preocupações nas coisas que eram materiais, mas estavam deixando a casa de Deus em ruínas. Eles não estavam preocupados com a reconstrução e estavam adiando esta necessidade. Contudo o Senhor convoca o governador, o sacerdote todo o povo para reconstrução do templo e afirma que assim como esteve com os antepassados o Senhor estará com eles. Os dias de hoje são tão parecidos com os dias do tempo de Ageu.
Muitas vezes estamos achando que nossa espiritualidade está bem, mas estamos deixando a espiritualidade coletiva abandonada, e se a espiritualidade coletiva não está bem, as outras esferas de nossa vida - inclusive nossa espiritualidade individual - também não estarão. Precisamos reconhecer que somos responsáveis uns pelos outros, precisamos assumir que o tempo de edificarmos a espiritualidade coletiva é o agora, precisamos tomar a atitude de reconstruir, mas devemos estar certo que em tudo isso o Senhor nos dará a provisão.
Ao lermos Ageu 1.1-9
1  No primeiro dia do sexto mês do segundo ano do reinado de Dario, a palavra do Senhor veio por meio do profeta Ageu ao governador de Judá, Zorobabel, filho de Sealtiel, e ao sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, dizendo:
2  "Assim diz o Senhor dos Exércitos: Este povo afirma: ‘Ainda não chegou o tempo de reconstruir a casa do Senhor’ ".
3  Por isso, a palavra do Senhor veio novamente por meio do profeta Ageu:
4  "Acaso é tempo de vocês morarem em casas de fino acabamento, enquanto a minha casa continua destruída? "
5  Agora, assim diz o Senhor dos Exércitos: "Vejam aonde os seus caminhos os levaram.
6  Vocês têm plantado muito, e colhido pouco. Vocês comem, mas não se fartam. Bebem, mas não se satisfazem. Vestem-se, mas não se aquecem. Aquele que recebe salário, recebe-o para colocá-lo numa bolsa furada".
7  Assim diz o Senhor dos Exércitos: "Vejam aonde os seus caminhos os levaram!
8  Subam o monte para trazer madeira. Construam o templo, para que eu me alegre e nele seja glorificado", diz o Senhor.
9  "Vocês esperavam muito, mas, para surpresa de vocês, acabou sendo pouco. E o que vocês trouxeram para casa eu dissipei com um sopro. E por que fiz isso? ", pergunta o Senhor dos Exércitos. "Por causa do meu templo, que ainda está destruído, enquanto cada um de vocês se ocupa com a sua própria casa.
Em 587 a.C. os Babilônicos invadiram Judá e arrasaram Jerusalém e destruíram o templo, levaram os nobres cativos e deixaram o povo em ruínas. Em 538 a.C. Zorobabel e outros do povo de Israel retornaram para Jerusalém. Por volta de 537 – 536 a.C eles começaram a reconstruir o templo, mas foram detidos por conta dos visinhos que não queriam ver a reconstrução de Jerusalém muito menos do Templo (Esdras 4.1-5,24).
A profecia de Ageu gira em tono do ano de 520 a.C. Deus Convoca o povo a observarem a situação que estavam vivendo. Por 14 anos a reconstrução do tempo ficou parada, mas estes 14 anos foram suficientes para cada um reconstruir as suas próprias casas (1.4).

1º UMA ESPIRITUALIDADE COLETIVA...
I – PRECISA SER EDIFICADA NO HOJE.
“Assim fala o Senhor dos exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo de se edificar a casa do Senhor”.  Ageu 1.2

Podemos dizer que para os dias de hoje o templo aqui no texto significa nossa espiritualidade. Ao longo dos 14 anos o povo de Israel se preocupou com a construção de suas casas. Tentaram até reconstruir o templo, mas os empecilhos se levantaram e conseguiram impedir a reconstrução. O povo foi parado por 14 anos. E só voltou por conta de uma chamada de atenção vinda da parte de Deus.
a.     Uma espiritualidade sadia – O que é uma espiritualidade sadia? Harold Segura, em seu livro O que é Espiritualidade, define espiritualidade cristã como sendo “o processo contínuo por meio do qual seguimos a Jesus Cristo, alimentando–nos da comunhão íntima com o Pai, sob o impulso do Espírito Santo e em peregrinação fraterna com a igreja”. Temos, então, desafios: seguir Jesus; alimentar-nos da comunhão com o Pai; sermos impulsionados pelo Espírito Santo e peregrinarmos fraternalmente com a igreja rumo ao estabelecimento do Reino de Deus, em nós, na terra.
Seguir Jesus é seguir seus passos, é fazer o que ele fez, é cumprir viver seus mandamentos. Mandamento significa exercício. Jesus disse um novo mandamento vos dou. Ora, o seu mandamento é este, que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, como ele nos ordenou”.  1 João 3.23.
Alimentar-nos da comunhão com o Pai é relacionamento com Deus. É estar com Deus e Ele em nós. Até nos tornarmos um com Ele. Esse é o desejo de Jesus, por isso Ele orou rogo não somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. João 17.21.
Sermos impulsionados pelo Espírito Santo é resultado da manifestação do Espírito em nós. Uma vez temos o Espírito Ele passa a nos orientar Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras” (João 16:13).
Peregrinarmos fraternalmente com a igreja é caminhar junto, praticando aquilo que tem sido ensinado pela Palavra Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado (Mt 28.19,20). Na igreja primitiva foi registrado que os
“que foram batizados os que receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas;
42. e perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.
43. Em cada alma havia temor, e muitos prodígios e sinais eram feitos pelos apóstolos.
44. Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum”. Atos 2.41-44
b.    Diversos obstáculos se levantarão – no caso dos judeus os inimigos usaram algumas estratégias (Esdras 4.1-5,24). Primeiro eles tentaram se infiltrar entre eles para “ajudarem na reconstrução”; depois subornaram conselheiros para frustrar seus planos; escreveram ao rei falsas acusações; por isso o rei mandou parar a obra.
Muitos ensinamentos errados nos são ensinados tentando desviar nossa atenção do foco: “Você não precisa gastar tempo lendo a bíblia”, ou mesmo “você vai orar por que?” colocando em dúvida nossas práticas. Contudo a própria palavra nos diz “bem- aventurado é aquele que... que tem o prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite” (Sl 1.1,2). E em relação à oração... Se o próprio Jesus orou, o que nos resta, senão orar.
Pessoas falam palavras que tentar frustrar nossos sonhos dizendo: “Você nuca vai conseguir ser uma pessoa melhor”, ou mesmo “Pau que nasce torto morre torto”.
Pode-se chegar até o cúmulo de sermos impedidos por alguém de praticar nossa devocionalidade. Mas nada disso deve nos impedir.
Mas também nosso próprio eu se torna um obstáculo, à medida que a preguiça não nos permite criarmos um peregrinarmos fraternalmente com a igreja momento de intimidade com Deus.
c.     Precisamos viver o hoje – O ontem não existe, o amanhã também não. O que existe é o hoje.


sábado, 22 de outubro de 2011

POR DOIS SEGUNDOS


Estava próximo ao meio dia, mais precisamente às 11h55min48s, desta segunda-feira, 17 de outubro de 2011, fui atravessar, na faixa de pedestre, o sinal da Cond. Bom Fim com a José Higino. O sinal estava fechado para os carros, aberto para os transeuntes. Atravessando a primeira faixa, tudo tranquilo. Próximo à segunda, um gol cinza atravessa o sinal fechado à uns 70km por hora. Todos que atravessavam olham para mim assustados e em seus olhares transmitem a notícia: "por pouco você não foi atropelado". As falas são trocadas, o ato do motorista  irresponsável é reprovado por todos. Por dois segundo fui livre de um grave acidente.
Fiquei refletindo o quanto arriscado é avançar os "sinais fechados" de nossas vidas.
Atravessar o sinal de trânsito fechado, para nós, é algo que só é praticado por inconsequentes que não se responsabilizam com os danos que podem provocar a si mesmos e aos outros.
Atravessar sinal vermelho é colocar em risco, não só a sua vida, mas também a vida dos outros, a vida de pessoas que nada tem a ver com a sua irresponsabilidade. Mas será que não temos nada a ver com isso? Somos tão responsáveis pelos inconsequentes quanto eles mesmos.
Rotineiramente agimos da mesma forma. Não somente no trânsito, mas em toda nossa vida e por estas atitudes colocamos outras pessoas em risco.
Avançamos sinais em decisões que precisavam ser tomadas em comum com os outros. Avançamos sinais quando colocamos nossos corpos expostos indecentemente aos outros. Avançamos sinais quando pulamos etapas em nossas vidas e deixamos de viver aquilo que Deus tem planejado para nós.
Um conselho muito pertinente para quem tem prazer em avançar sinais é: "Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu" (Ec 3.1). É preciso entender que há tempo para tudo. Não devemos avançar os sinais, na verdade não devemos viver apressadamente. Não devemos viver a nossa vida de forma irresponsavelmente pois como disse o apóstolo Paulo "de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.’’   Gálatas 6.7
Não coloquemos nossas vidas e a dos outros em riscos, vivamos respeitando os sinais que Deus nos tem dado.

 Roosevelt Arantes, pr

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

UMA ORAÇÃO PARA HOJE


Certa vez os discípulos de Jesus lhe disseram "Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos" (Lucas 11.1).
Os discípulos eram judeus e com certeza cresceram ouvindo seus pais, seus professores, seus líderes, realizarem súplicas e orações a Deus. Mesmo assim eles chegam a pedir a Jesus: "ensina-nos a orar".
Estou convencido  de que precisamos, ainda nos dias de hoje, fazer constantemente esta mesma petição: "ensina-nos a orar".
Geralmente a oração ocupa o segundo plano em nossas vidas. Este recurso nos é comum em tempos de angústia. Se aprendermos realmente o que é oração, nós a promoveremos, não para primeiro plano de nossas vidas, mas sim para elemento vital de nosso ser.
"Senhor, ensina-nos a orar".
Devemos levar a oração tão a sério quanto levaríamos a sério um gerador de energia em terra sem luz. A oração nos trás à luz. A oração nos uni a Deus. A oração torna a vontade de Deus conhecida por nós. Jesus afirma que não devemos ficar repetindo nossos pedidos, pois Deus já sabe o que vamos pedir (Mt 6.8). A verdade é que quando oramos passamos a conhecer a vontade de Deus.         Devemos orar para que através do relacionamento entendamos a vontade de Deus para nós.
A oração deve ser o canal que me ligue a Deus constantemente em tempos como estes em que quase tudo atua para me  distrair dEle.
Oh Jesus, "ensina-nos a orar" é a nossa petição.

Roosevelt Arantes, pr

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

COMPLEXIDADEsimplificadaDAvida


Senhor,
Minha existência é o Senhor,
                    Minha vida é o Senhor,
                            Minha alegria é o Senhor.
Sem Ti não há saída,
                        Sem Ti não há ida,
                                            Sem Ti não há vinda.
A vida deixa de existir,
                   A vida deixa de resistir,
                                                  Deixa de significar,
                                                                          Deixa de brilhar,
O brilho da vida,
                Da vida que planejastes,
                                       Planejastes para mim,
                                                         Planejastes para Ti.
Se longe fiquei,
                 Longe vivi,
                   De longe quero logo retornar
E, como um filho perdido,
Voltar a existir...
               Existir nos braços do Pai.
Do meu Pai,
        Do meu Deus.!
Nos Teus braços de amor.

Roosevelt Arantes da Silva
Olinda, 25 de dezembro de 2010

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A VIDA NÃO É UMA NOVELA


É fato que as novelas da televisão brasileira emocionam muitos dos telespectadores, tanto que (em apenas uma emissora) elas ocupam aproximadamente  30% de sua programação normal, mas...
A VIDA NÃO É UMA NOVELA!
Na última sexta-feira fui ao sepultamento de um jovem de 23 anos, que estava envolvido com o tráfico do Rio de Janeiro. Tirando os pais (que são crente e estavam convictos de que fizeram o máximo para que ele não tivesse esse fim) todos os familiares e amigos demonstravam um desespero incontrolável. Queriam a todo custo que o jovem levantasse em reação aos gritos que eram pronunciados.
Neste mesmo cemitério estavam sendo gravadas cenas de um sepultamento de uma novela da Rede Globo. O cenário era perfeito, os atores devidamente vestidos, todavia o morto não estava verdadeiramente morto, a dor das pessoas não era real, os prantos não passavam de encenação e as lágrimas eram fruto de técnicas artísticas. Mas...
A VIDA NÃO É UMA NOVELA! É vida real. O jovem assassinado aos 23 anos fez escolhas que o levaram a este fim.
A VIDA NÃO É NOVELA! Logo os sentimentos nelas apresentados não podem servir de referencia  para nossas escolhas.
A VIDA NÃO É UMA NOVELA! Assim os ensinamentos por elas ensinados não devem servir de modelo para nossas vidas.
A VIDA NÃO É NOVELA! Desta forma seus padrões não devem servir de modelo para nossas relações.
Viver a vida real é admitir nossas limitações e reconhecer nossa necessidade de depender de Deus.
Na vida real temos um destino comum dito pelo sábio Salomão, que nosso corpo "volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu", por isso este mesmo sábio nos aconselha dizendo: "Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é todo o dever do homem" e eu acrescento que isto é o dever de quem vive no mundo real e não numa NOVELA.

Roosevelt Arantes, pr